Helder faz leilão e BTG Pactual arremata terras na APA Triunfo do Xingu em Altamira por 40 anos
- Wilson Rebelo
- 28 de mar.
- 2 min de leitura

O governo do Pará realizou nesta sexta-feira, 28, na sede da B3, em São Paulo, o primeiro leilão de concessão para reflorestamento, baseado na lei que regulamenta o mercado nacional de carbono sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2024. O certame foi vencido por uma empresa controlada pelo banco BTG Pactual, que ficará responsável pela Unidade de Recuperação que faz parte da APA Triunfo do Xingu, em Altamira, no Pará, pelos próximos 40 anos.
A única empresa que apresentou proposta foi a Systemica, pertencente ao banco BTG Pactual. Assim, caberá à Systemica investir cerca de R$ 278 milhões, pelos próximos 40 anos, para reflorestar uma área estimada em mais de 10 mil hectares. A expectativa de receita é de quase R$ 900 milhões, gerando 2 mil empregos, a partir do manejo sustentável da biodiversidade local e da venda de "créditos de carbono".
Em suas redes sociais, o governador Helder Barbalho (MDB), comemorou o sucesso do leilão. "Um marco para o Pará e também para todo o Brasil! Estivemos na bolsa de valores de São Paulo e batemos o martelo para a concessão florestal de restauração da APA Triunfo do Xingu. Uma área de 10 mil hectares que sofreu pelo desmatamento e que agora será replantada na primeira grande concessão para reflorestamento do Brasil.", disse Helder.

O objetivo é que uma área degradada passe por restauração ecológica. Depois, este terreno reflorestado pode ser usado para exploração de crédito de carbono. Empresas que não conseguem reduzir emissões de gás carbônico podem comprar créditos. O modelo é inédito no Brasil e a UR Triunfo do Xingu é um projeto piloto.
De acordo com o escopo do projeto, ceberá à Systemica recuperar a biodiversidade da área, além da gerar empregos, capacitar a população local, incentivando a criação de viveiros e fortalecendo as cadeias produtivas regionais.
No papel, parece muito bom, mas a experiência dos amazônidas com ações de reflorestamento em larga escala recomenda cautela e fiscalização. Não deixa de ser preocupante saber que este modelo de concessão, que transfere o controle de parte da biodiversidade paraense para o sistema financeiro, deverá ser replicado "por todo o Pará", como diz o mote de Helder Barbalho.
Helder pretende conceder mais 20 mil hectares usando este modelo, na mesma região, ainda em 2025. No total, a APA Triunfo do Xingu tem mais 1,6 milhão de hectares, compreendendo os municípios de Altamira e São Félix do Xingu.










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