Lavoura do cacau cresce no Pará e Transamazônica é responsável por quase 87% da produção
- Wilson Rebelo
- 14 de abr.
- 2 min de leitura

A região da Transamazônica concentra quase 87% de toda a produção de cacau no Pará e Medicilândia lidera ranking ao produzir mais de 47 mil toneladas do fruto. Os números constam do Relatório Anual da Safra do Cacau no Estado do Pará, estudo produzido pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Os preços do cacau atingiram um patamar inédito em dezembro de 2024, com a tonelada sendo comercializada por US$ 11.040 na bolsa de valores de Nova York. Costa do Marfim, com mais de 2,2 milhões de toneladas por ano, controla cerca de 40% da produção mundial.
O relatório da Sedap aponta que o Estado do Pará conta com uma área produtiva de, aproximadamente, 169.655 hectares (de um total de 229.175 hectares plantados), e produção estimada em 143.675 toneladas. Desse total, Medicilândia é responsável por 47.943 toneladas.
A região da Transamazônica, formada por Novo Repartimento, Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas e Rurópolis, produz 86,6% de todo o cacau paraense.
O estudo também mostra que a produção obteve um aumento de 3,8% entre 2023 e 2024, passando de 138.449 toneladas para 143.675 toneladas. O levantamento apresenta um acréscimo de 8.172 hectares (5,1% de um ano para outro) de cacaueiros que entraram em produção.
O relatório é financiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura no Pará (Funcau) e integra o projeto “Previsão de Safra do Cacau no Estado do Pará”, coordenado pela Sedap, responsável pelo levantamento de campo que mostra a produção da cultura agrícola no Estado.
O coordenador do Procacau, Ivaldo Santana, lembra que o Pará tem a maior média de produtividade por hectare do mundo. “Na região que executamos o levantamento de dados da previsão de safra, temos em torno de 87,5% da produção de amêndoas de cacau do Estado. A gente compara com todos os países produtores e inclusive com o Estado da Bahia, e a nossa média está lá em cima. Isso é muito bom”, disse.
Com o aumento do preço do cacau – que triplicou em função de problemas climáticos no continente africano, o produtor do Pará tem se empenhado bastante para aumentar sua produção, como observou Santana. “Nosso produtor está plantando mais e a gente espera uma safra recorde em 2025”, previu o servidor da Sedap.
De acordo com o autor do relatório pela Ceplac, engenheiro agrônomo Fernando Antônio Mendes, o maior desafio é nivelar o padrão de produtividade entre as diversas regiões.
Ele tem razão. Municípios como Medicilândia e Brasil Novo conseguem produzir mais de uma tonelada por hectare, enquanto outros municípios - como Itaituba e Trairão - produzem menos de 450 quilos por hectare, fazendo com que a média estadual fique em 847 quilos por hectare.
Com mais investimentos em Assistência Técnica e Extensão Rural, conhecidas pela sigla ATER, será possível ampliar ainda mais a lavoura cacaueira
O Relatório Anual da Safra do Cacau do estado do Pará pode ser encontrado neste link.
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