Em Goiás, 37 são presos após "homenagem" aos bandidos do CV mortos no RJ
- Wilson Rebelo
- 6 de nov.
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As forças de segurança do Estado de Goiás prenderam 37 pessoas ligadas ao foguetório realizado em cidades goianas na noite da última terça-feira, 4. O ato simultâneo foi uma “homenagem” a 9 bandidos integrantes da Comando Vermelho (CV) mortos no Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro, durante a Megaoperação Contenção, deflagrada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e que visava a desarticulação da facção criminosa nos morros do Alemão e da Penha.
Além de prender aqueles que promoveram a manifestação - considerada como apologia ao crime - as forças de segurança de Goiás vistoriaram cerca de 30 lojas que comercializam fogos de artifício e apreenderam cerca de 4 mil foguetes e rojões.
Os detalhes da operação foram apresentados pelo titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Renato Brum. O secretário explicou que o setor de inteligência da SSP trabalhou ativamente desde os primeiros indícios de realização do foguetório, em conjunto com as unidades de campo das polícias Civil e Militar, para garantir a segurança em Goiás.

“Estamos reunidos desde quando foi detectado os primeiros fogos de artifício e fomos a campo com todas as forças de segurança, realizando as primeiras prisões durante a madrugada”, explicou.
O titular da SSP ressaltou ainda que os presos, em sua maioria, são simpatizantes do Comando Vermelho que “aproveitaram para aparecer nas redes sociais”.
“Muitos estão ligados a torcidas organizadas, não são ligados à facção e tentaram mandar um recado aqui em Goiás. Mas nós não aceitamos esse tipo de recado e estamos atuando com nossas unidades operacionais nas ruas. Estamos preparados, não vamos aceitar desorganização e a resposta vai ser dura contra esses elementos”, assegurou Renato Brum.
A operação se estendeu por diferentes municípios e registrou 14 prisões registradas em Goiânia; 6 em Abadia de Goiás; 9 em Aparecida de Goiânia; 3 em Rio Verde; 3 em Bela Vista e 2 em Goianira.
Tudo Sob Controle
Durante a coletiva, o secretário Renato Brum buscou tranquilizar a população. “Em Goiás não tem um palmo de terra onde as forças de segurança não entrem. As lideranças do Comando Vermelho estão isoladas em regime especial no presídio de Planaltina de Goiás e as nossas forças de segurança pública estão aqui para garantir a ordem e toda tranquilidade que a sociedade goiana tanto merece”, disse Brum.
O comandante-geral da Polícia Militar de Goiás (PMGO), coronel Marcelo Granja, reforçou que a instituição continua atenta.
“Vamos continuar em campo trabalhando em prol da segurança da comunidade. Nosso serviço de inteligência está em campo monitorando e daremos a resposta necessária por parte da Polícia Militar. Ninguém vai subir o nível no Estado de Goiás”, assegurou.
O Delegado-Geral da Polícia Civil de Goiás (PCGO), André Ganga, lembrou que o simples ato de soltar fogos de artifício não é considerado crime.
“Os presos estão sendo autuados por serem simpatizantes, enquadrando em apologia ao crime. Outros foram autuados por posse ilegal de arma de fogo e porte de entorpecentes”, afirmou. “Começamos a monitorar, em tempo real, essa situação ainda na madrugada, justamente para que não acontecesse em Goiás o mesmo que aconteceu em outros estados. Aqui não vai ser aceito enaltecer criminosos”, finalizou.
Sobrou Para Lojistas
O Corpo de Bombeiros e o Procon Goiás também integraram as ações de repressão e monitoramento, fiscalizando empresas que comercializam fogos de artifício em vários municípios de Goiás.
“Hoje, aproximadamente 30 empresas foram fiscalizadas em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis”, revelou o secretário Renato Brum. Ele informou também que durante a ação, quase 4 mil fogos de artifício foram apreendidos por armazenamento e comercialização irregulares.
“O problema não é soltar o foguete ou comercializar o produto, mas vender de maneira errada e equivocada. Só no dia de hoje foram apreendidos cerca de 4 mil fogos de artifício, e esse trabalho continua”, concluiu.










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