Governador do RJ agradece apoio de Helder e outros governadores e avisa Lula: "soma, ou suma!"

Claudio Castro - Após megaoperação, aviso a Lula: soma ou some

Nesta quarta-feira, 29, ao fazer o balanço da Megaoperação Contenção, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, agradeceu, o apoio e a solidariedade prestados pelos governadores do Pará, de São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e do Distrito Federal e avisou ao Governo Federal que espera colaboração, mas não vai aceitar o que chamou de "politicagem".

"O momento é de união. Nós, que temos compromisso público, esperamos que essa oportunidade não vire um campo de batalha nem politicagem. Aceitamos todo tipo de apoio técnico. O recado é claro: soma ou suma!", disse Castro.

Na coletiva de imprensa no Salão Nobre do Palácio Guanabara, Castro afirmou que as manifestações de apoio são fundamentais para que o Governo do Estado siga vencendo a batalha contra o crime organizado no Rio de Janeiro.

Junto aos secretários das forças de segurança, Cláudio Castro declarou que o Estado deu ontem um “duro golpe na criminalidade” e ressaltou a importância da integração com outros estados e o Governo Federal para que os esforços sejam efetivos. Castro também destacou que o Rio de Janeiro está totalmente aberto para perícias e fiscalização dos órgãos de controle.

"Demos um duro golpe na criminalidade e mostramos que temos condições de vencer batalhas e de fazer o nosso papel, mas temos a humildade e a certeza de que não venceremos essa guerra sozinhos. Todos os governadores se colocaram com a intenção de ajudar e colaborar com o Rio de Janeiro. Toda ajuda técnica será bem-vinda. Esperamos que o Governo Federal tenha um foco de integração e trabalho conjunto, nos ajudando, inclusive, no financiamento de ações. Estamos completamente abertos para todo o trabalho de perícia e fiscalização dos órgãos de controle", disse o governador Cláudio Castro.

Castro reforçou que é um momento de soma de esforços e que todo apoio técnico é bem-vindo, mas desprezará debates políticos que não acrescentam à segurança pública.

Maior Operação da História

Realizada nos complexos do Alemão e da Penha, nesta terça-feira, 28, a Megaoperação Contenção é considerada a maior operação policial da história do Rio de Janeiro, tendo mobilizado mais de 2.500 agentes e colocado toda a força policial carioca em estado de prontidão.

A Contenção foi deflagrada para cumprir 100 mandados judiciais de prisão e contou com um ano de investigação e dois meses de planejamento, com a participação direta do Ministério Público.

As autoridades de segurança do Rio de Janeiro informaram que 4 policiais e 117 bandidos foram mortos na operação. Moradores afirmam ter encontrado 74 mortos na mata, que foram levados uma praça na Penha. A Polícia Civil diz que foram 63 os corpos achados na mata da região de Vacaria e a perícia vai determinar se há relação entre essas mortes e a operação. Ao todo 113 integrantes do Comando Vermelho foram presos, sendo 33 de outros estados, como Pará, Amazonas, Ceará e Pernambuco.

"Ontem foi uma operação de cumprimento de mandado judicial, com mais de um ano de investigação, mais de 60 dias de planejamento e que incluiu o Ministério Público. Temos muita tranquilidade de defendermos o que foi feito ontem e, caso alguém tenha cometido erro, também ficará à disposição da lei", disse Claudio Castro.

Transferência de Presos

O governador Cláudio Castro confirmou o pedido oficial pela abertura de 10 vagas em presídios federais e informou que os presos que serão transferidos estão em isolamento desde ontem. Castro informou que conversou com o ministro-chefe da Casa Civil do Governo Federal, Rui Costa, com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Couto de Castro, e com o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, para agilizar as transferências.

Castro confirmou ainda que representantes de alto escalão do Governo Federal virão ao Rio de Janeiro para que, junto aos secretários estaduais da área da segurança pública, possam também ser discutidas novas ações em conjunto entre os dois poderes executivos.