Greve em Parauapebas: servidores públicos param no dia 10 de abril para forçar Aurelio a negociar

Vai parar? - Sindicatos prometem ir à greve por reajuste de 7% e revogação da "Lei das Mamadeiras" de Aurelio

Para surpresa de ninguém, professores e outros trabalhadores da educação representados pelo Sintepp decidiram entrar em greve, em Parauapebas, a partir do dia 10 de abril. A decisão foi tomada na assembleia geral realizada nesta terça-feira, 1º. O objetivo do movimento é obrigar o prefeito Aurelio Goiano (Avante) a reabrir negociações sobre o reajuste salarial e outras pautas de interesse dos servidores. Os demais sindicatos que representam os servidores - Sindsaúde e Sinseppar - também devem aprovar a mesma data para iniciar o movimento grevista.

Aurelio Goiano encerrou as negociações com os servidores no início do mês de março. Segundo ofício enviado aos três sindicatos que representam os barnabés de Parauapebas, a Prefeitura foi no limite de seu caixa ao apresentar a proposta de 0,17% de ganho real aos servidores e qualquer valor acima disso implicaria em descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, nada haveria mais a negociar, segundo Goiano.

Os sindicatos não gostaram nada da proposta e gostaram menos ainda da interrupção das negociações. Consideraram desrespeitosa a atitude do prefeito e protocolaram, no dia 21 de março, um ofício no qual pedem que Aurelio apresente os cálculos que embasaram o reajuste considerado pífio pelas lideranças sindicais.

Os sindicatos querem reajuste de 7,65%, tendo como base o índice de valorização do salário-mínimo. Esse reajuste garantiria 2,67% de ganho real aos servidores.

Os sindicatos exigem ainda a revogação da Lei 5564/2025, a "Lei das Mamadeiras", aprovada a toque de caixa na Câmara Municipal ainda no período de recesso e que criou 595 novos cargos, sendo 580 "assessorias especiais" sem funções definidas. Conforme este site mostrou, 257 desses assessores especiais estão todos lotados no Gabinete do Prefeito de Parauapebas, de acordo com denúncia da vereadora Maquivalda Barros.

Na visão dos sindicatos, a "Lei das Mamadeiras" de Aurelio implica em um gasto extra estimado em mais de R$ 63 milhões e, na prática, limita a capacidade da Prefeitura em oferecer um reajuste adequado aos servidores concursados e contratados. Por isso defendem a revogação da Lei 5564/2025, com a consequente demissão dos contratados através dela.

Além do Sintepp, os demais sindicatos - Sindsaúde e Sinseppar - deverão aprovar a mesma data para paralisação, mantendo a unidade do movimento.

O Sindsaúde já programou sua assembleia geral para a próxima segunda-feira, dia 7. Local e horário da reunião ainda serão divulgados.

Aurelio Goiano tem oito dias para, caso queira, reabrir a mesa de negociação e tentar um acordo com os sindicatos. Goiano também pode arriscar e "dobrar a aposta", confiando que as entidades não terão forças para paralisar os já deficientes serviços públicos.

Veja a seguir a manifestação do Sintepp sobre a greve prevista para o dia 10 de abril.

A EDUCAÇÃO PARA EM 10 DE ABRIL

Olá Categoria,

A ASSEMBLEIA GERAL de ontem, dia 1° de abril, decidiu pela PARALISAÇÃO DA CATEGORIA no dia 10 DE ABRIL DE 2025, quinta-feira da semana que vem.

Nos 100 dias do Governo Aurélio, enfrentamos todo tipo de constrangimentos. Servidores da educação mal tratados, perseguidos em suas escolas, educação sem proposta clara de atividades, escolas sem manutenção, representação sindical com estrema dificuldade de diálogo com o Prefeito que não entende de administração pública. Não sabe tratar, não sabe administrar, não sabe propor. Mas ameaçar servidores de exposição pública, sabe. Tem outra coisa que sabe fazer bem: contratar 600 assessores por debaixo da mesa para impedir o avanço das negociações sobre GANHO REAL para categoria e tantos outros absurdos que estamos escutando nas MESAS DE NEGOCIAÇÃO, inclusive, com o constrangimento de uma parte da equipe da gestão municipal envergonhada.

Até o dia 10 de abril, vamos aquecendo vocês pelos nossos canais oficiais de comunicação. Vamos organizar uma ‘VISITA’ ao Gabinete pra esse Prefeito começar a perceber nossa convicção enquanto base da educação unificada que deve cumprir, de forma educada, urbana e gentil, os ritos da boa educação pública, os acordos firmados em MESA e o trato republicano entre contrários.

VAMOS PARAR PRO DIÁLOGO VOLTAR!

SINTEPP Parauapebas