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MPRJ recorre contra absolvição dos réus do incêndio que matou 10 no Ninho do Urubu

  • Foto do escritor: Wilson Rebelo
    Wilson Rebelo
  • 26 de out.
  • 2 min de leitura
Mortos no Ninho - Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).
Mortos no Ninho - Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).

 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou, nesta semana, que irá recorrer da decisão judicial que absolveu os sete réus envolvidos no incêndio do Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, ocorrido em fevereiro de 2019. A tragédia vitimou dez adolescentes entre 14 e 16 anos, todos atletas das categorias de base do clube.

 

A sentença, proferida pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital, considerou que as provas apresentadas não foram suficientes para responsabilizar criminalmente os acusados. Segundo o magistrado, houve fragilidades na perícia e contradições na denúncia, o que impediu a individualização das condutas e o estabelecimento de nexo causal penalmente relevante.


Os sete réus absolvidos pela Justiça do Rio de Janeiro no caso do incêndio do Ninho do Urubu são: 

Márcio Garotti – ex-diretor financeiro do Flamengo 

Marcelo Maia de Sá – ex-diretor adjunto de patrimônio 

Danilo Duarte – engenheiro 

Fábio Hilário da Silva – engenheiro 

Weslley Gimenes – engenheiro 

Claudia Pereira Rodrigues – responsável por contratos da empresa NHJ 

Edson Colman – técnico da NHJ, empresa responsável pelos contêineres usados como alojamento.


O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi excluído do processo. Bandeira de Mello, que presidiu o clube entre 2013 e 2018, chegou a ser denunciado pelo MPRJ pelos crimes de incêndio culposo qualificado, homicídio culposo e lesão corporal culposa. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio acatou o pedido da defesa e retirou seu nome da ação penal em fevereiro de 2021, alegando que ele atingiu a idade de prescrição da pena prevista. 

 

A promotora Ana Cristina Huth Macedo Fernandes, responsável pelo recurso, expressou o “inconformismo” do MPRJ diante da decisão. Em nota, o órgão afirmou que a absolvição desconsiderou elementos relevantes das investigações, como laudos técnicos, documentos oficiais e mais de 40 depoimentos que indicariam falhas estruturais e administrativas no alojamento onde os jovens dormiam, instalado em contêineres na zona oeste do Rio.

 

Famílias Reagem

A decisão gerou forte reação entre os familiares das vítimas. A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) classificou a absolvição como uma “grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade”. Em comunicado, a entidade lamentou o que considera um enfraquecimento dos mecanismos de proteção à vida de menores em instituições esportivas.

 

Rosana de Souza, mãe do atleta Rykelmo Viana, expressou sua indignação: “A justiça, além de lenta, ainda é injusta. Estou sem palavras para expor o meu sentimento. É uma insensibilidade conosco”.


O Que Acontece Agora?

Com o recurso, o caso será reavaliado por instâncias superiores do Judiciário. O MPRJ espera que a nova análise leve em consideração os elementos ignorados na primeira decisão e que haja responsabilização dos envolvidos pela tragédia que chocou o país e expôs fragilidades na estrutura de formação de jovens atletas do Flamengo.

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