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Crise do transporte coletivo de Marabá repercute na Câmara. Manifestantes prometem fechar rodovia

  • Foto do escritor: Wilson Rebelo
    Wilson Rebelo
  • 26 de mar.
  • 3 min de leitura
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Na sessão da Câmara Municipal de Marabá, realizada nesta quarta-feira, 26, a crise do transporte público da cidade, que vive seu pior momento, teve grande repercussão.


O estudante João Vitor Cavalcante, um dos organizadores do movimento que reivindica melhores condições de transporte público coletivo em Marabá, fez uso da tribuna para criticar a qualidade do serviço prestado, sob regime de concessão, pela empresa Integração e a ausência de fiscalização e de disposição ao diálogo por parte do prefeito Toni Cunha (PL).


Segundo o estudante, Toni Cunha e a empresa Integração não respondem aos questionamentos dos usuários do transporte coletivo e o prefeito chegou mesmo a bloquear João Vítor nas redes sociais.


"Como a gente não consegue falar com o prefeito na prefeitura ou nas redes sociais, vamos conversar no meio da Rodovia Transamazônica", disse o estudante fazendo referência ao ato público programado para a próxima sexta-feira, 28, sobre uma das pontes sobre o rio Itacaiúnas.


"Só pretendo sair de lá quando o prefeito vier conversar com a gente", reiterou João Vítor.


O problema dos ônibus em Marabá vem de longe. Em 2008, o transporte público era constituído por 11 linhas urbanas, operadas por 2 empresas - Cidade Nova e Transbrasiliana - usando 49 ônibus e outros 4 na reserva.


Naquele período não existiam bairros como Novo Planalto, Filadélfia, São Miguel da Conquista, Tiradentes, Cidade Jardim, entre outros e o município tinha pouco mais de 200 mil habitantes.


Entre 2010 e 2022, a população de Marabá aumentou cerca de 15%, alcançando 266.536 habitantes e a área urbana cresceu cerca de 49%. Mas enquanto a população de Marabá crescia, os ônibus sumiam.


Em 2013, por exemplo, a empresa TCA assumiu o transporte coletivo, operando cerca de 25 ônibus, até que em 2020 fechou as portas.


No final de 2020, durante a pandemia da Covid-19, a empresa Integração assumiu a concessão por vinte anos. Em tese, a Integração deveria operar 14 linhas, além da chamada “Rota Universitária”, usando para isso 17 ônibus, o que já seria claramente insuficiente.


Em 2023, perante a Câmara Municipal, a Integração garantiu que investiria R$ 14 milhões, mas a coisa piorou em 2024 e 2025. Atualmente, apenas 6 ônibus sucateados estão em uso, sendo que apenas 4 estão funcionando regularmente.


Estima-se que seriam necessários pelo menos 80 ônibus em operação e outros 10 na reserva, para atender às rotas já estabelecidas, com pelo menos um terminal de integração.


Durante a sessão desta quarta-feira, o vereador Orlando Elias (PSB) afirmou que preparou um anteprojeto de lei prevendo a gratuidade do transporte coletivo. Na campanha eleitoral, o deputado Dirceu ten Catten (PT), apresentou de forma detalhada proposta parecida.


Denominado "Tarifa Zero", o programa de Dirceu estava orçado em cerca de R$ 2,4 milhões, o equivalente a 0,14% do Orçamento da Prefeitura de Marabá e poderia desonerar trabalhadores, estudantes, idosos e a população em geral dos custos com transporte, além de gerar desenvolvimento através do aumento da circulação de pessoas pelas ruas e logradouros, o que gera mais renda para os pequenos negócios por toda a cidade.


A ideia do "Tarifa Zero" é boa, mas não deve passar do estágio das "boas intenções" porque, apesar do prefeito Toni Cunha prometer "ônibus com ar-condicionado e wi-fi", nada é feito pela Prefeitura de Marabá ou pela empresa responsável. É por isso que ganha força o movimento reivindicando transporte público minimamente decente na cidade mais importante do sul e sudeste do Pará.

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