Presidente da Câmara de Marabá diz ter áudios nos quais Toni Cunha oferece cargos a vereadores
- Wilson Rebelo
- 18 de mar.
- 3 min de leitura

Como era esperado, foi quente o clima na sessão da Câmara Municipal de Marabá (CMM), realizada na manhã desta terça-feira, 18. Na guerra travada entre vereadores e o prefeito de Marabá, coube ao presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB) defender o Parlamento e tecer duras críticas ao gestor municipal. Segundo o vereador, Toni Cunha (PL) "está se saindo como um estelionatário eleitoral". Ilker disse ainda ter provas em áudios nos quais Toni oferece várias secretarias aos vereadores.
Antes de Ilker Moraes assumir a tribuna, o vereador Marcelo Alves se pronunciou sobre o episódio envolvendo Toni Cunha, que resultou no registro de ocorrência na polícia, na semana passada. Em áudios gravados por Marcelo, o prefeito Toni Cunha desafia o vereador a criticá-lo pessoalmente. "Eu vou esperar para tu me xingar na minha frente, que eu quero ver se tu é homem (sic). No grupo de vereadores é fácil", disse Cunha. Sentindo-se ameaçado por Toni, Marcelo registrou ocorrência e a polícia deve investigar o caso.

Na avaliação de Marcelo, o prefeito trabalha não só para intimidar, mas para aprofundar as divergências entre os vereadores, jogando-os uns contra os outros. O vereador petista exibiu um áudio, enviado através do celular do prefeito, no qual Toni Cunha sugere que Marcelo acuse o vereador Jimmyson Pacheco (PL) de práticas ilícitas. "Cê manda abrir um processo contra o Pacheco, que ele vai me citar e eu vou te dizer como é que foi", consta no áudio.
Fala o Presidente
Último parlamentar a ocupar a tribuna, Ilker Moraes avaliou que o governo municipal está perdido, não escuta ninguém e a imagem cultivada pelo prefeito de "arauto da moralidade" corre o risco de ser desconstruída. Moraes lembrou que o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) está investigando se houve conflito de interesse e benefício ilícito quando a Prefeitura de Marabá locou veículos de uma empresa pertencente ao cunhado do prefeito.
Ilker garantiu ainda que, caso o Ministério Público detecte qualquer ilegalidade na gestão de Toni Cunha, a Câmara não vai hesitar em instaurarar o devido procedimento. "Pode ter certeza que será instaurado processo aqui nesta Casa", disse Ilker Moraes. "E não adianta ameaçar vereador, por que essa Casa não vai aceitar isso", garantiu o vereador do MDB.
Por fim, segundo Ilker Moraes, o prefeito precisa provar quais vereadores tentaram coagí-lo, exigindo secretarias em troca de apoio. "Agora, nós temos provas, em áudios, de que ele (Toni Cunha) ofereceu várias secretarias", afirmou o presidente da Câmara.
A revelação de Ilker Moraes coloca por terra a versão que circulou no início do ano, segundo a qual, o prefeito, por ser muito virtuoso, não "trocaria" cargos por apoio na Câmara e que seu comportamento contra o "fisiologismo" é que teria desagradado aos vereadores e que, agora, eles estariam "atrapalhando" o governo como forma de vingança.
Sendo verdade que Toni não se importaria em obter a maioria na Câmara através do método conhecido como "toma lá, dá cá", até mesmo os mais religiosos e fanáticos "tonistas" haverão de se questionar sobre o quão comprometido, de fato, está o prefeito de Marabá com as boas práticas e com a lisura na gestão pública. A oposição reza para que se cumpra o mantra bolsonarista: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Veja o vídeo a seguir.
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